Outro tema importante e atual para os criadores é a pinta preta em canários que surge no abdômen dos filhotes e que os levam a morte em pouco tempo. Pesquisando pelos artigos fiz uma compilação interessante que serve como parâmetro para quem vem encontrando problemas na sua criação.
O Ponto Negro
Muitos canaricultores já ouviram falar da pinta preta, e ainda pior, alguns já viram canários seus morrer com esse problema. As poucas coisas que se sabe sobre esta doença são:
– A pinta preta que aparece na parte lateral direita do abdômen é a vesícula biliar congestionada. Depois da cria morrer a vesícula rompe-se e dela sai a bílis que cobre toda a parede abdominal;
– Afeta principalmente as crias;
– As aves nascem já com esse problema.
Atualmente desconhece-se se trata de uma doença contagiosa (vírica, bacteriana ou fúngica) ou um problema metabólico. Investigações recentes realizadas nos EUA parecem demonstrar ser um vírus.
Em qualquer caso, nos aviários afetados deve-se proceder da seguinte maneira:
– Desinfetar escrupulosamente as instalações assim como todos os utensílios utilizados pelos canários (comedouros, bebedouros, poleiros…);
– Administração de vitaminas e probióticos para fortalecer as defesas das aves;
– Aumentar a ventilação do canaril e diminuir o número de aves existentes no canaril;
– É aconselhável reduzir o número de posturas ou mesmo não deixar as aves fazer criação esse ano.
Existem aves que costumam ter filhotes com o ponto negro e de um momento para o outro criam com normalidade. No ano passado recebi um par de canário de cor que tinham tido problemas com o ponto negro nos filhotes. Enquanto estiveram no meu poder limitei-me a dar complexos vitamínicos e pro bióticos juntamente com uma alimentação variada. A primeira postura teve 4 ovos: 2 férteis e 2 brancos. Na segunda postura também foram 4 ovos: 3 férteis e 1 ovo branco. Todos os ovos férteis vieram a dar filhotes saudáveis enquanto que na época anterior tinham todos morridos com o ponto negro.
São muitas as perguntas que faltam responder:
– Que fatores desencadeiam a aparição desta doença?
– Como se contagia?
– Qual o tratamento?
Parece evidente que os antibióticos não resolvem o problema por isso temos que procurar substancias que aumentem as defesas dos canários para eles próprios ultrapassarem a doença.
Será que a pinta preta vai aparecer de novo este ano nos meus filhotes? A resposta é muito complexa e a duvida apavora os criadores de canários e fringilídeos do mundo inteiro. As receitas mágicas para resolver ou problema são as mais variadas possíveis, mas os erros de conduta são inúmeros. Costumo dizer sempre em meus atendimentos e mesmos nas aulas que ministro nas Faculdades de Medicina Veterinária que não existe tratamento sem diagnóstico.
Portanto a primeira coisa a se saber é, o que é o “Ponto Preto”? e o que causa esta doença? “Ponto Preto” ou “Pinta Preta’ ou “Black Spot” como é conhecida fora do Brasil é uma doença normalmente visualizada nos filhotes recém nascidos de canários, diamantes, pintassilgos e demais fringilídeos.
O filhote nasce com uma mancha enegrecida puntiforme do lado direito do abdome, normalmente nesses casos o filhote sucumbe em poucas horas, não aceita alimento dos pais, prostrado, apatico e vem a óbito em media 48 horas após o nascimento, existem alguns casos onde é possível observar um filhote ter uma sobrevida maior embora raro. Os autores de artigos, pesquisadores e Veterinários até hoje não chegaram a um consenso, por essa razão quem fizer uma pesquisa na Internet encontrará diversas explicações algumas certas outras completamente equivocadas. A grande verdade é que existem mais de uma causa para a doença e existem doenças semelhantes como é o caso da proventriculite, que apesar de se ler em muitos sites acusada como “Ponto Preto” não tem nada a ver.
A pinta preta é uma infecção na vesícula biliar dos filhotes recém nascidos e na grande parte dos casos é causada por bactérias Gram negativas, sendo a mais freqüente a Eschericia Coli ( Conzo et al, 2004), porem outras bactérias também podem ser as responsáveis. Admite-se que é possível que o Circovirus possa causar tal anormalidade, porem muito menos freqüente e também menos estudado. O Mycoplasma também é freqüentemente causador do Ponto Preto, assim como alguns tipos de coccídeas como é o caso do Atoxoplasma. A causa mais comum é sem duvidas as bactérias, mas como as bactérias chegam até o filhote é a grande questão?
Existem algumas teorias, mas nenhuma definição clássica. O ovo pode já estar contaminado no caso da fêmea ter a presença da Bactéria em seu oviduto, assim como o ovo pode ser contaminado ao passar pela cloaca da fêmea, já que esta é uma abertura comum também ao intestino da ave, e portanto muito contaminada. O ninho também pode ser outra fonte de contaminação do ovo, que pode ser contaminado durante o choco através da presença de contaminações nos forros dos ninhos ou mesmo no material utilizado pelas fêmeas para confeccioná-lo. Existe também a possibilidade do filhote se infectar após o nascimento.
O fato é que diante de uma situação de Ponto Preto, o criador deve procurar ajuda de um Profissional, de um medico veterinário especialista no assunto, que deverá proceder a necrópsia dos filhotes doentes e o envio do material coletado para um laboratório competente para realizar a identificação da bactéria e cultivá-la realizando o teste de sensibilidade da mesma à diversos antibióticos.
Com base no resultado destes exames o veterinário chegará a um tratamento que deverá ser feito no casal que originou os filhotes doentes. O tratamento dos filhotes atingidos pela doença é valido mas nem sempre resulta em sucesso, a maioria dos filhotes após apresentarem os sintomas não resistem à doença. A prevenção utilizando terapias antibióticas pré acasalamento não são recomendáveis, pois podem ser obsoletas e ajudar a criar resistência bacteriana e o criador não tem como saber qual o antibiótico vai ser capaz de atingir a bactéria que talvez exista no oviduto das fêmeas.
A melhor prevenção é a limpeza, gaiolas limpas, ninhos limpos tudo lavado com água e sabão, de preferência não usar desinfetantes, somente quando for indispensável, os forros de ninho quando reutilizados devem ser lavados e desinfetados com água fervente. Uma boa alimentação e hábitos de higiene sem exageros são a maior prevenção dentro de um canaril.
Fonte: UNO – União Norteriograndense de Ornitologia