Incubação de ovos pelas mães e nascimento de filhotes

incubação de ovos de canários

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Colocação do ninho e período de incubação

A criação, nutrição, ambiente, saúde geral e a saúde dos órgãos reprodutivos constituem fatores importantes para o sucesso da reprodução. Um fator importante na sexualidade das aves é a luminosidade. Uma boa maneira de prepará-las é dando-lhes luz. Espécies diferentes respondem a diferentes estímulos luminosos, mas em sua maioria, uma maior quantidade de luz deve ser dada ao macho a partir do início do mês de julho e para as fêmeas a parir do início de agosto.

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O período de reprodução inicia-se na confecção do ninho pelos casais. As aves de gaiola não necessitam construir seu ninho, uma vez que já tem a sua disposição um suporte preparado para esta finalidade. Os canários que vivem em aviários e que tem de ir à procura do seu ninho demonstram que esta é uma tarefa muito importante para toda a família. A canária se encarrega da construção do ninho ajudada pelo macho, que participa ativamente na busca do material. As canárias são construtoras hábeis, mas o criador pode auxiliar nesta fase para que não fique assimétrico.

O material oferecido para a construção do ninho deve consistir de lascas ou maravalha de madeira clara, também pode ser oferecida palha de capim. Evite cedro, musgo de turfa, terra de vaso além de fibras de coco. O material do ninho deve ser removido e substituído a cada estação, para que não ocorra acúmulo de sujeira.

Próximo à postura a fêmea vira frequentemente no ninho, andando em círculos por 2 ou 3 dias antes de pôr os ovos. No dia anterior à postura seu peito incha consideravelmente. A formação do casal, o acasalamento, a construção do ninho, o ato do macho a fêmea, a postura dos ovos, a incubação e tantos outros comportamentos são processos importantes na vida de uma ave e devem se efetuar de acordo com uma sequência ordenada. Este período é muito estressante e o criador deve ser paciente não interferindo drasticamente.

O intervalo de postura é variável. Nos psitaciformes, por exemplo, é geralmente 2 dias, já a maioria dos passeriformes bota em intervalos de 24 horas, mas em alguns casos pode ser superior. A postura dos ovos acontece geralmente nas primeiras horas da manhã. Neste período as fêmeas exigem silêncio e sossego, caso contrário, muitas vezes abandonam o ninho. Após a postura de cada ovo, 0 mesmo deve ser retirado e substituído por um indez de plástico. O horário mais indicado é o fim da tarde, pois caso a manipulação do ninho ocorra antes da postura, a fêmea poderá reter o ovo, e ao entardecer ela logo retornará ao choco. O ovo deve ser colocado em um recipiente com painço, areia ou algodão, com a ponta fina voltada pra baixo. Aconselha-se a não utilizar alpiste, devido a suas extremidades finas que poderão danificar o ovo. Quando o último ovo é posto, retorna-se com os primeiros, com isso é garantido o nascimento dos filhotes no mesmo dia para que cresçam uniformemente. A identificação do último ovo se dá pela cor mais escura.

Caso a postura ultrapasse cinco ovos, aconselha-se a recolocação destes no ninho quando esta quantidade for atingida. Ovos com mais de cinco dias de armazenagem tem sua taxa de eclodibilidade afetada. A armazenagem pode ser em temperatura ambiente, desde que esta não exceda 25ºC.

Para os canários o período de incubação dura em torno de treze dias. Condições climáticas inadequadas podem prolongar a duração da incubação até dezesseis dias. A incubação até 0 14º dia é normal, após poderá apresentar problemas. A falta de umidade também pode influenciar. Não abra ou jogue fora um ovo pelo menos até 0 15º dia de choco e, mesmo assim, faça um teste de vitalidade, (Quadro 1) se colocando os ovos em um recipiente com água morna por alguns minutos. Se o embrião estiver vivo, o ovo flutuará com a ponta para baixo, uma vez que a câmara de ar ocupa o pólo mais largo e balançará ligeiramente. Os ovos abortados flutuarão de lado, sem movimentos pendulares, ou afundarão.

Normalmente intervenções na hora da eclosão não são necessárias, mas filhotes com dificuldades de se liberar da casca poderão ser auxiliados pelo criador. Durante a incubação os ovos perdem água através da casca que é porosa e permite também intercâmbio de gradientes necessários para a vida do embrião. Nesse processo de “respiração do ovo” o vapor da água expelido deve ser reposto. Daí a necessidade, nesse período, de umidade relativa do ar mais elevada. As canárias por instinto regulam a umidade molhando suas penas, sendo conveniente colocar banheiras, particularmente ao final da incubação (3-4 dias antes do final) momento em que os ovos necessitam de maior umidade e menor temperatura para que os estímulos de eclosão sejam eficazes e os filhotes possam romper facilmente a casca (70-90% de umidade).

O estresse por calor e frio constitui a fonte mais comum de origem de doenças nos viveiros de psitaciformes. Se a fêmea não se banha é conveniente pulverizar os ninhos com água. Em períodos de baixa umidade pode-se colocar esponja úmida no fundo da gaiola, embaixo do ninho. Durante a incubação artificial, a temperatura e umidade devem ser adequadas para a espécie, temperaturas inadequadas podem resultar em uma eclosão fraca ou precoce, desidratação dos filhotes, e malformações faciais. Durante a incubação, é normal que as aves rodem seus ovos ou os troquem de lugar.

Isto acontece por vários motivos. Um deles é para que o embrião não morra por colamento da pele com a casca do ovo. E, no caso do remanejamento, é devido às trocas gasosas com o meio externo. Isto porque, quando o embrião está num estágio avançado, ele necessita de mais trocas gasosas que anteriormente. Durante a incubação pode-se fazer o diagnóstico da fertilidade dos ovos a parir do 5º ou 6º dia, examinando-os por transparência através de um foco de luz e comprovando a existência do complexo embrionário. Para isso emprega-se um ovoscópio que consiste numa caixa contendo uma lâmpada no interior e um orifício sobre o qual se coloca o ovo. Observando-se um ovo não fecundado, por esse método, a gema é perfeitamente distinguida, enquanto nos ovos fecundados, a partir do 3º ou 4º dia da incubação já não se distingue a gema, como se ela estivesse misturada com a clara, ou seja, caso o ovo esteja claro e se consiga ver com facilidade no interior da clara, este não está fecundado.

Alguns autores recomendam a ovoscopia em dois períodos, aos 5-6 dias para descobrir ovos não fecundados e aos 10-11 dias para eliminar os embriões mortos. Convêm lembrar que manipulações excessivas podem prejudicar a incubação e algumas fêmeas podem suspender o choco.


O nascimento das crias:

As aves altrizes, cujos filhotes ficam no ninho após o nascimento, incluem os psitaciformes e passeriformes. Ao eclodirem eles apresentam pouca ou nenhuma penugem, desenvolvimento músculo esquelético fraco e dependem da alimentação e do aquecimento dos pais. É recomendável restringir a alimentação durante o período de incubação, para que as fêmeas não façam posturas sucessivas e imperfeitas.

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No caso das aves selvagens, a procura de alimentos está restringida pela obrigação de incubação durante esse período. No dia do seu nascimento, os recém-nascidos não necessitam de qualquer tipo de alimento. Possuem um saco vitelino que no último dia é absorvido para a cavidade abdominal que serve como provisão nutritiva para sobreviverem às primeiras horas de vida. A partir do segundo dia as aves devem receber suplementos como papas e farinhadas. Os pais devem estar habituados previamente a este tipo de alimentação para que possam oferecer aos filhotes. Os excrementos dos filhotes estão envolvidos numa película espessa e, mal são expulsos, a fêmea agarra-os com o bico e deita-os para fora do ninho. Depois de cerca de sete dias, a película que os reveste deixa de existir. Os filhotes procuram de costas o bordo do ninho para aí apoiara sua cauda e expelir os excrementos com força para fora do ninho. Quando a quantidade de excrementos é excessiva estes devem ser removidos pelo criador.

O anilhamento é importante e deve ser feito por volta do 7º dia de vida. As anilhas que são aplicadas muito cedo acabam por saltar. Se aplicarmos a anilha muito tarde podemos ferir as patas delicadas dos passarinhos. Essa operação pode ser facilitada, untando-se os pés dos filhotes com vaselina ou outro lubrificante neutro.


Do primeiro voo à independência:

Os filhotes permanecem no ninho até o 16º dia de vida. A partir desta idade, ocorre alteração do comportamento e a ave começa a se debater e esvoaçar. Deve-se cuidar para que os filhotes não caiam do ninho, pois nesta fase podem ocorrer traumatismos nas grades do fundo da gaiola. Neste período, a sua plumagem desenvolve-se quase por completo. Apenas a penugem na cabeça e a cauda pequena revelam a sua idade jovem.

Depois de 22 dias tiramos os canários da gaiola de incubação que seguem para outra gaiola – que deve ser espaçosa e ter um acessório para o banho – o pai, ou uma ama, pode tomar conta dos passarinhos.

Devem ser monitorados diariamente. Filhotes normais apresentam alimento em seus papos e tem uma pele rosa-amarelada. Caso seja necessária alimentação manual das aves, deve-se observar a quantidade de alimento presente no papo. Ele deve estar vazio ou quase vazio entre as refeições, e deve estar vazio uma vez por dia. Todas as informações devem ser registradas. Para cada par incluem identificação de ninhada e número de ovos, datas de postura (se forem conhecidas), ovos quebrados ou perdidos, ovos inférteis, ovos férteis, embriões mortos dentro dos ovos, data de eclosão, qualquer diagnóstico médico dos filhotes, causas de morte, data e idade da mudança alimentar e data de venda com informações do comprador, quando for o caso.

É importante planejar o manejo, tais como exames preventivos e aparamentos de bico e unhas para a estação não reprodutiva. Não usar cloranfenicol, penicilina, tetraciclina, oxitetraciclina ou sulfas em aves fêmeas reprodutoras próximas ou durante a estação reprodutiva, pois estas drogas podem causar deformidades embrionárias.

O manejo reprodutivo inicia na seleção das matrizes, na realização de exames de rotina, na escolha da gaiola e local, além da alimentação oferecida pré-postura. A reprodução não compreende só a postura de ovos férteis e sim todo este período que envolve a preparação das aves e a obtenção de filhotes saudáveis.

Fonte:
Artigo extraído da Revista da SOSM – Sociedade Ornitológica Santa Maria
Edição 2009 conforme regulamento do concurso de revistas da FOB.

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4 Comentários

  1. Gostei muito do que li sobre a incubação dos ovos de pesseriformes.

  2. Edivaldo couto disse:

    E muito legal, estou iniciando a criação de canários, sanou várias dúvidas minhas, já posso ter meus filhotes.

  3. Liliani disse:

    Quando a canária fica muito tempo no ninho e não consegui chocar
    Qual o tempo máximo que pode continuar na choca ?

  4. Esterffson Sá disse:

    O macho deve ficar todo o tempo com a fêmea mesmo após o nascimento dos filhotes?

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